domingo, 4 de novembro de 2012

Para quem não leu "Revolução e Contra-Revolução" - Parte XV

Hoje, neste 15º artigo, apresentarei os Capítulos IX e X, da Parte I, do memorável livro do Dr. Plínio Correa de Oliveira, "Revolução e Contra Revolução". No capítulo IX ele mostra que na mentalidade dos semi-contra-revolucionários entroniza-se a Revolução. No capítulo X, ressaltará a importância da cultura, das artes e dos ambientes na marcha da mesma.


Parte I

Capítulo IX
Também é filho da Revolução o “semicontra-revolucionário”

Tudo quanto aqui se disse dá fundamento a uma observação de importância prática.
Espíritos marcados por essa Revolução interior poderão talvez, por um jogo qualquer de circunstâncias e de coincidência, como uma educação em meio fortemente tradicionalista e moralizado, conservar em um ou muitos pontos uma atitude contra-revolucionária[1].
[1] Cfr. Parte I - Cap. VI, 5, A.
Sem embargo, na mentalidade destes “semicontra-revolucionários” se terá entronizado o espírito da Revolução. E num povo onde a maioria esteja em tal estado de alma, a Revolução será incoercível enquanto este não mudar.
Assim, a unidade da Revolução trás, como contrapartida, que o contra-revolucionário autêntico só poderá ser total.
Quanto aos “semicontra-revolucionários” em cuja alma começa a vacilar o ídolo da Revolução, a situação é algum tanto diversa. 


Parte I

Capítulo X
A cultura, a arte e os ambientes, na Revolução
Assim descrita a complexidade e amplitude que o processo revolucionário tem nas camadas mais profundas das almas, e portanto da mentalidade dos povos, é mais fácil apontar toda a importância da cultura, das artes e dos ambientes na marcha da Revolução.
1. A CULTURA
As idéias revolucionárias fornecem às tendências de que nasceram o meio de se afirmarem com foros de cidadania, aos olhos do próprio indivíduo e de terceiros. Elas servem ao revolucionário para abalar nestes últimos as convicções verdadeiras, e para assim desencadear ou agravar neles a revolta das paixões. Elas são inspiração e molde para as instituições geradas pela Revolução. Essas idéias podem encontrar-se nos mais variados ramos do saber ou da cultura, pois é difícil que algum deles não esteja implicado, pelo menos indiretamente, na luta entre a Revolução e a Contra-Revolução.
2. AS ARTES
Quanto às artes, como Deus estabeleceu misteriosas e admiráveis relações entre certas formas, cores, sons, perfumes e sabores e certos estados de alma, é claro que por estes meios se podem influenciar a fundo as mentalidades e induzir pessoas, famílias e povos à formação de um estado de espírito profundamente revolucionário. Basta lembrar a analogia entre o espírito da Revolução Francesa e as modas que durante ela surgiram. Ou entre as efervescências revolucionárias de hoje e as presentes extravagâncias das modas e das escolas artísticas ditas avançadas.
3. OS AMBIENTES
Quanto aos ambientes na medida em que favorecem costumes bons ou maus, podem opor à Revolução as admiráveis barreiras de reação, ou pelo menos de inércia, de tudo quanto é sadiamente consuetudinário; ou podem comunicar às almas as toxinas e as energias tremendas do espírito revolucionário.
4. PAPEL HISTÓRICO DAS ARTES E DOS AMBIENTES NO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO
Por isto, em concreto, é necessário reconhecer que a democratização geral dos costumes e dos estilos de vida, levado aos extremos de uma vulgaridade sistemática e crescente, e a ação proletarizante de certa arte moderna, contribuíram para o triunfo do igualitarismo tanto ou mais do que a implantação de certas leis, ou de certas instituições essencialmente políticas.
Como também é preciso reconhecer que quem, por exemplo, conseguisse fazer cessar o cinema ou a televisão imorais ou agnósticos teria feito pela Contra-Revolução muito mais do que se provocasse a queda de um gabinete esquerdista, na rotina de um regime parlamentar.

Fiquem atentos pois no próximo artigo, publicarei os capítulos XI e XII.



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