quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Para quem não leu "Revolução e Contra-Revolução"

REVOLUÇÃO E CONTRA-REVOLUÇÃO é uma obra do Sr. Plínio Corrêa de Oliveira, que causou uma "magnífica impressão" ao Mons. Romolo Carboni, Núncio Apostólico no Peru, posteriormente Núncio junto ao governo italiano; uma "obra profética", palavras ditas pelo Pe. Anastasio Gutierrez, CMF, Decano emérito da Facul. de Direito Canônico da Univ. de Latrão, membro da Comissão de Reforma do Direito Canônico, reputado canonista em Roma; "uma edição atualizada da grandiosa obra de Sto. Agostinho 'De Civitate Dei'", dito pelo Pe. César Dainese SJ, Superior da Residência dos Padres Jesuítas de Pinheiral, RJ; que "tem um porte de uma Encíclica", impressão que teve o Prof. Fernando Serrano Misas, Catedrático da Facul. de Direito e diretor da revista 'Cristianidad', Espanha; e que é também "o mais importante documento jamais escrito, excetuada a Bíblia", dito por John Steinbacher, editor e escritor, EUA.
Diante de tantos elogios, é inevitável que nos cause uma grande curiosidade a leitura desta obra. Foi o que fiz!
Li toda a obra e passei estes últimos dias, tentando imaginar uma forma de levar ao conhecimento de todos, dada a sua importante mensagem - mais atual que nunca para os nossos dias tão sedentos de respostas. 
Daí eu ter decidido escrever neste Blog, no qual transcreverei textos do livro em vários e pequenos artigos para poder dar destaque às partes mais importantes (tarefa difícil, pois cada linha, cada palavra é imprescindível para um bom entendimento desta obra e, por isso, algumas vezes certos trechos serão colocados na íntegra), mas, sobretudo, inserindo ilustrações, a fim de torná-la mais atrativa aos que não têm paciência de ler.
Nada complicado de entender, dado o fato de a leitura ser simples, absorvente e didática. 
O livro é dividido em Primeira Parte - fala do que é a Revolução e seus contornos, causas, doutrina, etc - e divide-se Introdução e em Capítulos de I a XII; Segunda Parte - que fala da Contra-Revolução, uma forma de combater a Revolução hodierna, ou a Reação - que também divide-se em Capítulos de I a XII; e Terceira Parte, com Capítulos de I a III e suas sub-divisões, Conclusão e Pósfácio.
O motivo principal de eu querer divulgar o livro é por ver muitas pessoas usarem o termo "revolução" como algo que traria "mudança" a uma ordem vigente - da qual não se agradam - e, com isso, implantar-se-ia uma nova ordem, ao gosto da, digamos, maioria queixosa ou descontente. Pois o termo para isso está errado! Vejamos:
Tenho percebido muita gente refutar o comunismo, o socialismo, o liberalismo, o liturgicismo, enfim, mas não se dão conta de que, no fundo, estão a querer combater o que esta obra chama de "denominador comum".

O que é esse denominador comum? Uma doutrina? Uma força? Uma corrente de opinião?

O estudo da Revolução e da Contra-Revolução excede de muito, em proveito, este objetivo limitado.
Para demonstrá-lo, basta lançar os olhos sobre o panorama religioso de nosso País. Estatisticamente, a situação dos católicos é excelente: segundo os últimos dados oficiais constituímos 94%[2] da população. Se todos os católicos fôssemos o que devemos ser, o Brasil seria hoje uma das mais admiráveis potências católicas nascidas ao longo dos vinte séculos de vida da Igreja.

[2] NOTA DO SITE: Dados de 1959. Atualmente o número de católicos no Brasil é de 74%, embora reduzido ainda é o maior país de população católica do mundo.

Por que, então, estamos tão longe deste ideal? Quem poderia afirmar que a causa principal de nossa presente situação é o espiritismo, o protestantismo, o ateísmo, ou o comunismo? Não. Ela é outra, impalpável, sutil, penetrante como se fosse uma poderosa e temível radioatividade. Todos lhe sentem os efeitos, mas poucos saberiam dizer-lhe o nome e a essência.

Este inimigo terrível tem um nome: ele se chama Revolução. Sua causa profunda é uma explosão de orgulho e sensualidade que inspirou, não diríamos um sistema, mas toda uma cadeia de sistemas ideológicos. Da larga aceitação dada a estes no mundo inteiro, decorreram as três grandes revoluções da História do Ocidente: a Pseudo-Reforma, a Revolução Francesa e o Comunismo [3].
[3] cfr. Leão XIII, Encíclica “Parvenus à la Vingt-Cinquième Année”, de 19-III-1902 – “Bonne Presse”, Paris, vol. VI, p. 279).

 O orgulho leva ao ódio a toda superioridade, e, pois, à afirmação de que a desigualdade é em si mesma, em todos os planos, inclusive e principalmente nos planos metafísico e religioso, um mal. É o aspecto igualitário da Revolução.
A sensualidade, de si, tende a derrubar todas as barreiras. Ela não aceita freios e leva à revolta contra toda autoridade e toda lei, seja divina ou humana, eclesiástica ou civil. É o aspecto liberal da Revolução.
Ambos os aspectos, que têm em última análise um caráter metafísico, parecem contraditórios em muitas ocasiões, mas se conciliam na utopia marxista de uma paraíso anárquico em que uma humanidade altamente evoluída e “emancipada” de qualquer religião vivesse em ordem profunda sem autoridade política, e em uma liberdade total da qual entretanto não decorresse qualquer desigualdade.

A Pseudo-Reforma foi uma primeira Revolução. Ela implantou o espírito de dúvida, o liberalismo religioso e o igualitarismo eclesiástico, em medida variável aliás nas várias seitas a que deu origem.

Lutero na dieta de Worms

 Seguiu-se-lhe a Revolução Francesa, que foi o triunfo do igualitarismo em dois campos. No campo religioso, sob a forma do ateísmo, especiosamente rotulado de laicismo. E na esfera política, pela falsa máxima de que toda a desigualdade é uma injustiça, toda autoridade um perigo, e a liberdade o bem supremo.

Execução de Maria Antonieta

 O Comunismo é a transposição destas máximas para o campo social e econômico.
Lenin na URSS
 Estas três revoluções são episódios de uma só Revolução, dentro da qual o socialismo, o liturgicismo, a “politique de la main tendue”, etc., são etapas de transição ou manifestações atenuadas. Sobre os erros através dos quais se opera a penetração larvada do espírito da Revolução em ambientes católicos, o Exmo. Revmo. Sr. D. Antônio de Castro Mayer, Bispo de Campos, publicou uma Carta Pastoral da maior importância[4].
[4]Carta Pastoral sobre os Problemas do Apostolado Moderno - Boa Imprensa Ltda., Campos, 1953, 2ª. edição.

 Claro está que um processo de tanta profundidade, de tal envergadura e tão longa duração não pode desenvolver-se sem abranger todos os domínios da atividade do homem, como por exemplo a cultura, a arte, as leis, os costumes e as instituições.

 Aqui eu entro, para recordarmos de Antonio Gramsci, na sua obra sob o título "Cadernos do Cárcere" (escrita na década de 30 e concluída em 1975), na qual ele "professava que a implantação do comunismo não deve se dar pela força, como aconteceu na Rússia, mas de forma pacífica e sorrateira, infiltrando, lenta e gradualmente, a idéia revolucionária. A estratégia é utilizar-se de diplomas legais e de ações políticas que sejam docilmente aceitas pelo povo, entorpecendo consciências e massificando a sociedade com uma propaganda subliminar, imperceptível aos mais incautos que, a priori, representam a grande maioria da população, de modo que, entorpecidos pelo melífluo discurso gramsciano, as consciências já não possam mais perceber o engodo em que estão sendo envolvidas." (texto retirado do artigo "Gramsci e a Comunização do Brasil" de Anatoli Oliynik). "Gramsci priorizou a mudança das mentalidades pela derrubada dos valores tradicionais, para implantar os valores da ideologia comunista".
Mas, o que REVOLUÇÃO E CONTRA-REVOLUÇÃO quer tratar é sobre  os contornos da imensa avalancha que é a Revolução, dar-lhe o nome adequado, indicar muito sucintamente suas causas profundas, os agentes que a promovem, os elementos essenciais de sua doutrina, a importância respectiva dos vários terrenos em que ela age, o vigor de seu dinamismo, o “mecanismo” de sua expansão. Simetricamente, tratar depois de pontos análogos referentes à Contra-Revolução, e estudar algumas das suas condições de vitória.
Então vamos lá!

Parte I

Capítulo I
Crise do Homem Contemporâneo

As muitas crises que abalam o mundo hodierno - do Estado, da família, da economia, da cultura, etc. - não constituem senão múltiplos aspectos de uma só crise fundamental, que tem como campo de ação o próprio homem. Em outros termos, essas crises têm sua raiz nos problemas de alma mais profundos, de onde se estendem para todos os aspectos da personalidade do homem contemporâneo e todas as suas atividades.

Parte I

Capítulo II
Crise do Homem Ocidental e Cristão

Essa crise é principalmente a do homem ocidental e cristão, isto é, do europeu e de seus descendentes, o americano e o australiano. E é enquanto tal que mais particularmente a estudaremos. Ela afeta também os outros povos, na medida em que a estes se estende e neles criou raiz o mundo ocidental. Nesses povos tal crise se complica com os problemas próprios às respectivas culturas e civilizações e ao choque entre estas e os elementos positivos ou negativos da cultura e da civilização ocidentais.
O Capítulo III, por ser mais extenso e mais detalhado, deixarei para o próximo artigo! 
Fiquem atentos!!!

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