sábado, 21 de janeiro de 2012

Para quem não leu "Revolução e Contra-Revolução" - Parte V

Seguindo com a leitura do livro "Revolução e Contra-Revolução" e ainda discorrendo sobre os caracteres das crises, do Capítulo III, da Parte I, falaremos agora do item D, que trata do Comunismo. Neste Capítulo, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira mostra como as revoluções protestante e francesa, logicamente, haveriam de dar origem a esta Terceira Grande Revolução.

Antes de prosseguir, creio que é de fundamental importância que se esclareça o seguinte aspecto:  o comunismo não é senão uma forma extrema de socialismo. Do ponto de vista ideológico, não há diferença substancial entre os dois. Na verdade, a União Soviética, um país comunista, chamou-se “União das Repúblicas Socialistas Soviéticas” (1922-1991) e igualmente a China comunista, Cuba e Vietnã se definem como nações socialistas. E quando se fala de um, fala-se de outro, pois comunismo e socialismo são, na verdade, a mesma ideologia. Ambos violam a liberdade pessoal, a natureza humana, a propriedade privada, se opõem ao casamento tradicional, ao direito dos pais na educação, promovem a igualdade radical, o ateísmo, o relativismo e zombam da Religião. 

Os Teólogos da Libertação pregam, inclusive, a possibilidade de um “comunismo cristão”, uma espécie de socialismo aliado ao Evangelho. Neste aspecto, no entanto, o Papa Pio XI afirmou taxativamente: “Socialismo religioso, socialismo católico, são termos contraditórios — termos que ‘urram de se encontrar juntos’. Ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista” (Encíclica Quadragesimo Anno, 15-5-1931).

Voltemos ao livro:



D. Comunismo
No protestantismo nasceram algumas seitas que, transpondo diretamente suas tendências religiosas para o campo político, prepararam o advento do espírito republicano. São Francisco de Sales, no século XVII, premuniu contra estas tendências republicanas o Duque de Sabóia[2]. Outras, indo mais longe, adotaram princípios que, se não se chamarem comunistas em todo o sentido hodierno do termo, são pelo menos pré-comunistas.
[2]Cfr. Sainte-Beuve, “Études des lundis - XVIIème siècle - Saint François de Sales”,
Librairie Garnier, Paris, 1928, p. 364.
Da Revolução Francesa nasceu o movimento comunista de Babeuf. E mais tarde, do espírito cada vez mais vivaz da Revolução, irromperam as escolas do comunismo utópico do século XIX e o comunismo dito científico de Marx.
E o que de mais lógico? O deísmo tem como fruto normal o ateísmo. A sensualidade, revoltada contra os frágeis obstáculos do divórcio, tende por si mesma ao amor livre. O orgulho, inimigo de toda superioridade, haveria de investir contra a última desigualdade, isto é, a de fortunas. E assim, ébrio de sonhos de República Universal, de supressão de toda autoridade eclesiástica ou civil, de abolição de qualquer Igreja e, depois de uma ditadura operária de transição, também do próprio Estado, aí está o neobárbaro do século XX, produto mais recente e mais extremado do processo revolucionário.

Outra coisa que temos de ter bem presente é que, passados alguns anos, depois da euforia provocada pela queda do Muro e, posteriormente, pela abertura da Cortina de Ferro, são poucos os intelectuais e analistas políticos que ousam afirmar que o comunismo morreu ou que o comunismo acabou. O comunismo, na realidade, metamorfoseou-se e está passando por uma transformação. Devemos estar atentos quanto a essa nova face do comunismo, pois numa coisa os comunistas não mudarão: sua determinação firme de destruir o que ainda resta de Civilização Cristã.

Até o próximo artigo!

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